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Capa do álbum Living Things |
O quinto álbum de estúdio do Linkin Park foi uma promessa dos próprios integrantes de “retornar às raízes da banda”, só que não. A intenção pode ter sido voltar àquele estilo que trouxe reconhecimento e muitos prêmios, mas Living Things não caminha muito por esta vertente. Para quem desejava um cd cheio de Numbs, Crawlings e In The Ends, LT foi um balde de água morna...
Porém, Living Things não deixa de ser uma obra prima muito bem produzida. Em comparação aos dois últimos álbuns – Minutes to Midnight e A Thousand Suns – LT é bem superior. Faixas melódicas em contraste com guitarras e muitas batidas eletrônicas fazem do álbum o terceiro melhor do Linkin Park. Claro, impossível considerar Living Things melhor que Hybrid Theory e Meteora (meu querido favorito).
Mike Shinoda, entretanto, se superou. Além de co-produzir o cd, ao lado do renomado Rick Rubin, Shinoda evoluiu muito bem vocalmente. O faz-tudo da banda é, definitivamente, uma peça a parte em Living Things e sua maturidade profissional é claramente notória. Chester Bennington, esse sim retorna ao que era no início do LP. Seus belos e agudos gritos se fazem inconfundíveis e rememora com êxito os bons tempos do início dos anos 2000. O fato é que, embora a promessa da banda não tenha sido cumprida de todo, Living Things é mais um trabalho memorável e, literalmente, lindo.
Living Things já começa, de cara, com uma das melhores faixas. Lost In The Echo tem cara de single e merece um clipe, justamente por ser uma das mais linkinparkianas do álbum.
A segunda canção mantém a qualidade, com mais uma pitada da essência real do Linkin Park: In My Remains (para mim a melhor música de LT), relembra muito bem o início da banda, mais especificamente Meteora. É melódica, mas vai ficando violenta gradativamente. É uma balada que tem cara e poder de sucesso.
Burn It Down foi o primeiro single do cd, ganhou clipe e foi até tema de um dos teasers dos playoffs da NBA. A espera pela primeira música a ser divulgada frustrou a maioria dos fãs, que desejavam algo mais agressivo. BIT é 80% eletrônica. Porém, caiu fácil nas graças de todos.
Video promocional da NBA com a música Burn it Down
O segundo single de LT, que á a quarta faixa do álbum, pode ser considerada uma mistura de épocas. Lies Greed Misery tem elementos com jeitão de Papercut e By Myself, pela exibição de Mike e Chester, mas sua melodia soa um pouco como Blackout.
I’ll Be Gone é mais uma boa música de LT e segue o mesmo estilo de In My Remains, porém, mais suave.
A partir da sexta faixa, Castle Of Glass, LT se parece com os últimos trabalhos do Linkin Park. A música, cantada incrivelmente bem por Shinoda, pode parecer meio alheia de início, mas é bem a cara do novo LP. Torci o nariz por um bom tempo, antes de gostar de fato de Castle.
Victmized é a faixa mais pesada de Living Things, na qual se ouve muito bem a participação de Rob Bourdon e sua bateria. Entre os fãs, é uma das preferidas, mas para mim falta algo. Talvez um pouco mais de letra...
Roads Untraveled é uma faixa de Minutes to Midnight perdida em outro álbum! Tudo nela se parece como as canções do MTM, mas não deixa de ser uma bela música.
Skin To Bone é uma música interessante, mas assim como Victmized, falta alguma coisa, existe um vazio. Como em todo cd, existe uma música que não combina com o resto. Em LT, é ela...
Outra canção que custei a gostar é Until It Breaks. O que me conquistou foi a parte em que Brad Delson (!!!) canta. E que voz! Agora, ela é uma das minhas queridinhas, pois tem todo o pacote LP: rap, um refrão do Chester, ótima melodia e umas transições bem loucas.
Tinfoil é a faixa instrumental do álbum, marca registrada da banda. Aqui, posso afirmar que em comparação com Cure For The Itch e Session, Tinfoil é bem melhor. Música gostosa de ouvir.
Agora, se existe uma coisa da qual o Linkin Park entende é em como fechar um álbum com chave de ouro. Em TODOS os CDs, ás últimas músicas são uma das melhores. Powerless que faz parte da trilha sonora do filme Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros, é suave e impactante ao mesmo tempo. É aquele tipo de música que entra na gente e parece que aquece o coração. Já sentiu isso?
Clipe Oficial de Burn it Down
Camila Piacentini